quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Professor pernambucano pode ser eleito o melhor educador do mundo e ganhar US$ 1 milhão no " Nobel de Educação"

Débora e Jayse  são os representantes do Brasil ao prêmio de melhores educadores do mundo Foto: Divulgação


Dois brasileiros estão na lista final dos 50 melhores educadores do mundo, e seguem com chances de ganhar Global Teacher Prize, considerado o “prêmio Nobel da Educação”. Débora Garofalo é professora de tecnologias da EMEF Ary Parreiras, em São Paulo, e Jayse Ferreira é professor de Educação Artística na Escola de Referência em Itambé, Pernambuco. Eles agora aguardam a próxima etapa da disputa pelo prêmio de US$ 1 milhão, que será entregue em março de 2019, em Dubai, capital dos Emirados Árabes.

Débora e Jayse foram selecionados entre mais de 10 mil candidatos de 179 países de todo o mundo. A lista dos 50 finalistas tem representantes de 39 países. Para a escolha, o comitê de premiação leva em consideração o emprego de práticas educacionais escalonáveis, inovadoras, que tenham resultados visíveis, causem impacto na comunidade, melhorem a profissão docente e ajudem os alunos a tornarem-se cidadãos. Na próxima etapa, em fevereiro de 2019, a Academia do Prêmio Global de Professores vai anunciar os 10 finalistas.

QUEM É JAYSE FERREIRA

Jayse Ferreira é professor de Educação Artística em uma escola pública com poucos recursos, numa cidade pequena na divisa entre Pernambuco e a Paraíba. Eleito “Melhor Professor do Brasil em 2014”, Ferreira conta que encontrou uma escola com altíssimo índice de faltas e muitos problemas de preconceito racial e religioso na escola, que prejudicavam seriamente o desempenho escolar, além do fato de que os pais nunca atendiam às convocações.

Com projetos que envolviam filmes, ensaios fotográficos, internet e muitas atividades envolvendo a comunidade, Jayse conta que conseguiu resgatar a auto-estima dos alunos: 

Fizemos até mesmo uma exposição onde os alunos eram as obras de arte. Chamar o aluno pra fazer parte promove uma diferença gigantesca: permanência na escola, aumento do número de matrículas, envolvimento dos pais, tudo melhora”, conta.
Mas para iniciar seus projetos, o professor conta que é preciso ser “um pouco rebelde” para botar tudo em prática. 

A gente tinha uma evasão gigantesca, os pais mal apareciam. Mas também, as reuniões só trazem más notícias. Porém, quando trouxe os pais para participar, a família se tornou parceira da escola. E a escola tem que mostrar para a comunidade que funciona. A gente tem que mostrar que é pública, mas é da melhor qualidade. Eu não queria essa imagem de professor- A educação transformou minha vida e vai transformar a deles também”, diz.

Jayse é professor de Educação Artística em uma escola pública  na divisa entre Pernambuco e a Paraíba. — Foto: Divulgação

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