sexta-feira, 9 de agosto de 2019

CRISE : Prédios da TV Gazeta de Fernando Collor vão a leilão em Maceió

Prédio da Gazeta em Maceió vai a leilão neste dia 16 de agosto
E, o ano de 2019 não começou bem para o senador licenciado e ex-presidente Fernando Collor de Melo ( Pros-AL).Uma série de acontecimentos envolvendo as empresa do senador fizeram com que ele estivesse vivendo seu pior inferno astral. Famoso por suas extravagâncias e esnobismos desde à época que era presidente, Collor coleciona obras de artes valiosas e carrões importados que já foram alvos de apreensão pela justiça em uma das fases da operação lava jato em 2015, o senador era suspeito de usar dinheiro de propina para comprar os veículos segundo a PGR - Procuradoria Geral da República.

Fernando Collor é o principal acionista das empresas da família Collor que compõe um conglomerado de empresas de comunicação sediados no estado de Alagoas. A Organização Arnon de Mello ( OAM ), que leva o nome do pai de Collor que também foi senador. É formado por 10 empresas sediadas no estado de Alagoas. Além de rádios, portais de notícias  e jornal, tem uma TV que é uma afiliada  da Rede  Globo. Apesar de não atuar diretamente na administração do grupo, o senador influência a linha editorial e a gestão dos veículos.

PGR sugeriu perda de mandato e condenação a Collor

No mês de abril a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, pediu ao STF  - Supremo Tribunal Federal - que Fernando Collor perdesse o mandato de senador e seja condenado a 22 anos de prisão, além de indenização e pagamento de multa no valor de R$ 59,9 milhões. As investigações fazem parte da Operação Lava jato.

O senador viu seu jornal a Gazeta de Alagoas que circulava diariamente há 88 anos, circular semanalmente constituindo uma grande perda para o jornalismo impresso no estado. Demissões aconteceram e reivindicações foram parar na justiça.
Com a migração da rádio Gazeta AM para a FM este ano, novas demissões de radialistas e jornalistas também foram parar na esfera da justiça.

Ignorando os sinais de mudança no mercado e deixando que a situação se agravasse a empresa começou a entrar em declínio perdendo receitas publicitárias importantes e não buscou soluções para viabilizar a empresa agravando ainda mais a situação. Isso também foi um fator decisivo para no mês de junho, a empresa propor a redução de 40 % nos salários dos jornalistas que levou a uma greve e a empresa sofrer uma derrota no TRT que julgou a ação da empresa ilegal e ainda autorizou um reajuste de 3% a categoria.

Dívidas milionárias 

Desde 2001, o MPT – Ministério Público do Trabalho – contabilizou 103 procedimentos abertos envolvendo as empresas dos Collor. Entre eles pagamentos de FGTS e contribuições previdenciárias. Ou seja, são muitos os inquéritos e ações contra a empresa. 

Existem acusações de ex-funcionários de não pagar direitos trabalhistas e respondem a 173 ações na justiça do trabalho.  A maior dívida se refere a débitos não previdenciários que somam 147 milhões em dívidas de Imposto de Renda,PIS, Cofins e multas , entre outras. Some-se a isso descumprimentos de acordos que já tinham sido estabelecidos anteriormente.

Por conta das dívidas, a OAM teve diversos bens penhorados como o prédio onde funcionava a gráfica da empresa que vai a leilão neste mês de agosto. Hoje, as dívidas das empresas OAM chegam a R$ 284 milhões com a União.

E para encerrar o inferno astral da família Collor, no mês passado, a Justiça Federal em Alagoas determinou o cancelamento das concessões de rádio e TV controladas pelo senador. A decisão se baseia no artigo 54 da Constituição Federal, que determina que políticos em cumprimento de mandato não podem ser donos de emissoras de rádio e TV.

Leilões de prédios da OAM

No cômputo geral, a Justiça Federal, marcou para o dia 16 de agosto, o leilão do prédio da TV Gazeta de Alagoas que também abriga a rádio Gazeta.O primeiro leilão será no dia 16, e se não houver interessados, acontecerá outro no dia 30.O prédio está avaliado em R$ 8,2 milhões.Também vai para o primeiro leilão, o prédio onde funciona o jornal Gazeta, no bairro Tabuleiro do Martins, que hoje abriga a Faculdade Facima, e que está avaliada em R$ 17,9 milhões.

Enquanto isso o senador continua nos EUA e ainda não se manifestou em relação a grave crise que passa as suas empresas.



Por Marcos Antônio com colaboração do Jornalista UOL Carlos Madeiro


Nenhum comentário:

Postar um comentário