O socialismo cubano ainda não é muito tolerante com os gays - Foto: Ramon Espinosa/ AP |
A polícia de Cuba interrompeu neste sábado (11) uma marcha pelos direitos LGBT, que fora organizada como protesto pelo cancelamento do desfile contra a homofobia, patrocinado anualmente pelo governo e cancelado esta semana pelas autoridades do país.
Aos gritos de "sim, é
possível!", os cerca de 100 manifestantes conseguiram caminhar apenas 400
metros pela famosa avenida Paseo del Prado, no centro histórico de Havana,
antes de serem dispersados pela polícia. Pelo menos três manifestantes foram
detidos.
Os
ativistas protestaram contra o cancelamento da tradicional "conga",
organizada anualmente há mais de 10 anos, no Dia contra a Homofobia, pelo
Centro Nacional de Educação Sexual (Cenesex), sob o patrocínio do Ministério da
Saúde cubano.
O cancelamento coincide com as
medidas de austeridade anunciadas pelo governo de Cuba, incluindo racionamento
de produtos básicos. O governo cubano atribuiu a escassez no abastecimento ao
recrudescimento dos embargos dos Estados Unidos. Economistas também apontam
como causas a ineficiência da economia cubana e a crise na Venezuela, o
principal parceiro comercial da ilha.
A marcha
de protesto foi a segunda passeata organizada independentemente de instituições
estatais – algo até então raro em Cuba – em pouco mais de um mês, embora a
anterior, em defesa dos direitos dos animais, tinha recebido autorização das
autoridades locais.
Mas o
governo continua mantendo um controle rigoroso sobre espaços públicos físicos,
autorizando apenas manifestações de apoio ao governo, como o recente desfile do
Dia do Trabalho.
A
"conga" de Havana era uma exceção, que se tornou um evento regular, e
um lembrete de que o governo, que já enviou gays a campos de trabalho forçado
nos primeiros dias da revolução de 1959 de Fidel Castro, fez avanços
consideráveis nos direitos LGBT nos anos recentes.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário