O trio é acusado pelas mortes de duas pessoas, no município de Garanhuns, Foto: Arquivo/Folha de Pernambuco |
O caso dos “Canibais de Garanhuns” ganhará um novo capítulo nesta sexta-feira (23). Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Pires da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva vão enfrentar um segundo júri popular a partir das 9h na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, Ilha Joana Bezerra, área Central do Recife. Desta vez, o trio será acusado pela morte de duas das suas três supostas vítimas: Alexandra Falcão da Silva, na época com 20 anos, e Giselly Helena da Silva, 31.
Os réus serão julgados por duplo homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e furto qualificado. Jorge Beltrão e Bruna Cristina respondem ainda pelo crime de estelionato. Bruna também é acusada pela Justiça pelo crime de falsa identidade.
Presidida pelo juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti, a sessão vai contar com sete jurados do Conselho de Sentença. Além do interrogatório dos réus, o delegado que conduziu as investigações em Garanhuns, Wesley Fernandes Oliveira, também será ouvido a pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A promotoria e os advogados de defesa terão duas horas e meia cada uma para apresentar os argumentos de acusação e defesa.
Entenda o caso
O crime aconteceu no município de Garanhuns, Agreste de Pernambuco, a 230 km do Recife. Gisele Helena da Silva, na época com 31 anos, teria sido assassinada por uma arma branca, por volta das 15h do dia 25 de fevereiro de 2012, na casa onde Jorge, Isabel e Bruna moravam no bairro de Jardim Petrópolis. De acordo com o MPPE, a vítima foi atraída para residência para “ouvir conselhos e falar sobre a ‘Palavra de Deus’”.
Após conversar com Bruna, Jorge Negromonte atingiu Gisele com uma peixeira. Ainda segundo o MPPE, a vítima foi levada para o banheiro, onde foi esquartejada pelo casal. Partes dos corpos teriam sido armazenadas para o consumo dos três acusados. O restante dos restos mortais foi enterrado em um buraco no quintal da casal - previamente aberto por Jorge. De acordo com a denúncia, mesmo depois do assassinato, os réus usaram os pertences da vítima, dentre os quais carteira de trabalho, CPF e cartões de crédito, utilizados para realização de compras no comércio local.
O assassinato de Alexandra da Silva Falcão, então com 20 anos, aconteceu poucos dias depois também na casa dos acusados no dia 12 de março daquele ano. Segundo o Ministério Público, Alexandra teria sido chamada por Bruna para trabalhar como babá de uma criança, que foi apresentada como filha. Durante uma conversa, a segunda vítima teria sido atingida também na garganta por Jorge. Alexandra foi esquartejada no banheiro da casa e parte de seu corpo consumido pelo trio. Os restos mortais foram enterrados também em uma cova no quintal da casa.
Assassinada e esquartejada pelos três, Jéssica Camila da Silva Pereira, de 17 anos, foi a primeira vítima do trio. Ela era mãe da criança apresentada pelo trio às duas outras vítimas. Pela violência cometida contra Jéssica, Jorge foi condenado a 23 anos de reclusão e Isabel e Bruna, a 20 anos, cada uma, em uma decisão do júri popular no ano de 2014. De acordo com as investigações, o trio assassinava as mulheres como parte de um ritual de purificação. Os corpos eram esquartejados e partes, como coxas, pernas, braços, nádegas e fígados eram consumidos. Além disso, eles confeccionavam coxinhas e empadas, que eram vendidas em diversos locais de Garanhuns.
Com informações da Folhape
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