Djavan lança o disco " vesúvio" - Foto Divulgação / Nana Moraes |
Num momento em que se discute mudanças ou até a extinção da Lei Rouanet, de incentivos fiscais a quem dá apoio a projetos culturais, Djavan lança mais um álbum sem esses recursos.
"Nunca usei e nunca vou usar. Não gosto de fazer show nem para prefeituras. Quem vai pagar? Se é o povo eu não quero. Rejeitei muito convite. Eu nunca usei porque não preciso e não acho que eu deva usar um dinheiro que pode ser melhor aplicado."
Mas ele defende o mecanismo. "Acho que tem muita gente que precisa ser ajudada pela Lei Rouanet. O Brasil é enorme, precisa de cultura em todos os quadrantes. O povo precisa usufruir disso. Faz sentido. Não reclamo de quem usa. Eu é que peguei para mim a coisa de não recorrer à Lei Rouanet."
O 24º álbum de Djavan, 69, traz uma identidade visual fortíssima. Na capa e no encarte de "Vesúvio", as fotos de Nana Moraes trazem o cantor e compositor coberto por tinta escura, preta levemente azulada, e detalhes dourados.Djavan optou por um disco pop, de baladas a algumas faixas com mais balanço.
Djavan sente que sua vida profissional sempre correu com muita independência. "Sempre fui um pouco à margem. Teve a turma da Bahia, de Pernambuco, do Ceará, mas não teve a turma de Alagoas. Fui sempre meio sozinho nessa trajetória. Eu nunca atrelei a minha carreira ao mercado, nunca foi preponderante no meu fazer. Sempre ignorei o mercado, corri por fora."
Há pelo menos 15 anos Djavan faz música e letras, toca, canta, produz, faz os arranjos. Entre os grandes da MPB, foi o primeiro a partir para a produção independente, criando a gravadora Luanda, em 2001.
Seu nome não é visto nas escalações dos festivais de música no Brasil. "Fiz muito fora do país, mas essa minha 'escassez' nos festivais brasileiros está relacionada com a dificuldade de encaixar minha proposta musical nesses eventos."
"O Rock in Rio, o Festival de Verão de Salvador, são importantes, mas sempre tem uns entraves para mim. São ligados às TVs, e aí as emissoras não pagam direito de imagem."
Djavan destaca também a questão dos patrocínios dos festivais.
Djavan destaca também a questão dos patrocínios dos festivais.
"Eu nunca tive patrocinador, nunca quis ter, nunca cedi minhas músicas ou minha imagem para nada. Não sei explicar, não acho que é puritanismo ou porque eu seja diferente, é porque eu nunca precisei. Se posso abrir mão, prefiro não ouvir a minha música vendendo um produto."
Folhapress
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