sábado, 17 de novembro de 2018

SP terá bar para homens que transam com homens, mas não são gays, os "g0ys"

Karlos posa ao lado da bandeira G0Y, à entrada do bar; a inauguração está marcada para o dia 24 | UO
Os entusiastas do movimento G0Y estão prestes a ganhar um bar em São Paulo. Alegadamente heterossexuais, os integrantes da comunidade são homens que fazem sexo entre si, mas com parcimônia. Como acontece nos casos em que a garota não quer perder a virgindade antes do casamento, admite-se entre eles a masturbação e até o sexo oral, mas está terminantemente proibido penetrar o parceiro.  Eles não são gays, são g0ys (o zero no meio da palavra indica "zero anal").
Com inauguração prevista para o dia 24, o bar fica no segundo andar de um sobrado no Largo do Arouche, centro de São Paulo, tem 350 metros quadrados e várias salas para os g0ys interagirem. "A princípio, vamos funcionar apenas às quartas-feiras. Para a festa de inauguração, estamos vendendo ingressos antecipadamente, porque o bar tem limite de lotação. Cabem apenas 300 pessoas", diz o dono, que se apresenta como Karlos, tem 38 anos e é solteiro. Ao adaptar o espaço para a prática g0y, Karlos instalou "labirintos" (corredores cheios de quinas que conferem um aspecto lúdico à "pegação"); "glory holes" (pequenos orifícios nas divisórias de madeira, entre os ambientes, onde se pode introduzir o pênis para que o parceiro faça sexo oral do outro lado); e "butt holes"(o mesmo, só que com a bunda).

Até aqui, os encontros dos g0ys eram realizados em sítios próximos a São Paulo ou festas particulares em casas na cidade. A maioria dos homens é casada (ou tem namorada) e leva a mulher junto, como "prova" da heterossexualidade.  "No começo, muitos homens se sentiam constrangidos em se tocar na presença das mulheres. Hoje, isso está completamente superado. Elas, por sua vez, aceitaram melhor o movimento g0y do que se esperava. Se no início havia muito mais homens, hoje está 'pau a pau"', diz o funcionário público Pedro (ele prefere não revelar o sobrenome), 42 anos, que em 2011 fundou um blog chamado "Fraternidade entre Homens", no qual falava sobre "brincadeiras homoeróticas". Inspirou-se em uma corrente surgida no fim dos anos 1990 entre universitários norte-americanos.
UOL

Nenhum comentário:

Postar um comentário